The China Mail - Glauber Braga resiste à cassação

USD -
AED 3.672985
AFN 71.737248
ALL 85.950658
AMD 390.130281
ANG 1.80229
AOA 912.000026
ARS 1103.0001
AUD 1.566539
AWG 1.8
AZN 1.702208
BAM 1.702302
BBD 2.018948
BDT 121.497239
BGN 1.709302
BHD 0.376867
BIF 2973.327009
BMD 1
BND 1.3076
BOB 6.909637
BRL 5.7342
BSD 0.999987
BTN 85.137752
BWP 13.660834
BYN 3.269781
BYR 19600
BZD 2.008591
CAD 1.38183
CDF 2875.00011
CHF 0.81794
CLF 0.024825
CLP 952.659896
CNY 7.312301
CNH 7.30941
COP 4295.67
CRC 502.735189
CUC 1
CUP 26.5
CVE 96.849973
CZK 21.920958
DJF 177.719858
DKK 6.528181
DOP 59.350217
DZD 132.18013
EGP 51.042272
ERN 15
ETB 133.411258
EUR 0.87423
FJD 2.255402
FKP 0.747304
GBP 0.749449
GEL 2.744986
GGP 0.747304
GHS 15.398613
GIP 0.747304
GMD 70.999899
GNF 8655.500839
GTQ 7.70292
GYD 209.769577
HKD 7.758535
HNL 25.922718
HRK 6.581197
HTG 130.792966
HUF 357.320338
IDR 16842.3
ILS 3.69997
IMP 0.747304
INR 85.18035
IQD 1309.931544
IRR 42112.500973
ISK 126.689813
JEP 0.747304
JMD 158.488661
JOD 0.709302
JPY 141.245957
KES 129.491965
KGS 86.875011
KHR 4015.999576
KMF 429.498448
KPW 900.060306
KRW 1426.729766
KWD 0.305903
KYD 0.833264
KZT 518.59363
LAK 21600.000192
LBP 89550.000231
LKR 299.882933
LRD 199.449837
LSL 18.68031
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 5.434987
MAD 9.21687
MDL 17.104112
MGA 4445.662911
MKD 53.807914
MMK 2099.542767
MNT 3539.927763
MOP 7.989364
MRU 39.617378
MUR 44.510461
MVR 15.399754
MWK 1733.911855
MXN 19.59216
MYR 4.391503
MZN 63.904987
NAD 18.63976
NGN 1606.970045
NIO 36.799937
NOK 10.382495
NPR 136.228529
NZD 1.670825
OMR 0.385024
PAB 0.999839
PEN 3.706018
PGK 4.136947
PHP 56.478973
PKR 280.850196
PLN 3.74815
PYG 8004.943795
QAR 3.645178
RON 4.351031
RSD 102.044102
RUB 81.528233
RWF 1440.663583
SAR 3.751174
SBD 8.326764
SCR 14.520887
SDG 600.50146
SEK 9.541385
SGD 1.310615
SHP 0.785843
SLE 22.774953
SLL 20969.483762
SOS 571.495716
SRD 36.859021
STD 20697.981008
SVC 8.749124
SYP 13001.950927
SZL 18.625399
THB 33.442499
TJS 10.649439
TMT 3.5
TND 2.960793
TOP 2.342099
TRY 38.255901
TTD 6.791625
TWD 32.52494
TZS 2685.000258
UAH 41.584451
UGX 3659.974846
UYU 42.222445
UZS 12908.700818
VES 80.85863
VND 25909
VUV 120.379945
WST 2.787305
XAF 570.906243
XAG 0.030391
XAU 0.000295
XCD 2.70255
XDR 0.709959
XOF 570.936057
XPF 103.802283
YER 245.250461
ZAR 18.598202
ZMK 9001.211953
ZMW 28.472334
ZWL 321.999592

Glauber Braga resiste à cassação




O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) protagonizou um ato de coragem ao iniciar uma greve de fome e permanecer nas dependências da Câmara dos Deputados, em Brasília, em protesto contra o processo de cassação de seu mandato. A decisão, anunciada em abril de 2025, veio após a aprovação, por 13 votos a 5, de um parecer do Conselho de Ética que recomenda a perda de seu mandato por quebra de decoro parlamentar. O caso, que ainda será analisado pelo plenário da Casa, gerou intensa polarização política e mobilizou aliados e apoiadores, que veem na cassação uma tentativa de silenciar uma voz combativa da esquerda brasileira. Este artigo explora os detalhes do processo, o contexto político e as implicações do protesto de Braga.

Tudo começou em abril de 2024, quando Glauber se envolveu em uma confusão com Gabriel Costenaro, militante do Movimento Brasil Livre (MBL), dentro da Câmara. Durante uma discussão acalorada, o deputado empurrou e chutou o ativista, que participava de um debate sobre a regulamentação de motoristas de aplicativo. Segundo Braga, a reação foi motivada por provocações e ofensas dirigidas à sua mãe, Saudade Braga, então internada e que faleceu semanas depois. O Partido Novo, autor da representação contra o deputado, argumentou que a conduta violou o decoro parlamentar, justificando a cassação. Vídeos do incidente, amplamente divulgados, mostram a troca de agressões verbais e físicas, intensificando o embate político.

O Conselho de Ética, presidido por deputados de partidos de centro e direita, aprovou o relatório do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), que considerou a reação de Braga “desproporcional” e incompatível com as prerrogativas de um parlamentar. A votação, marcada por protestos de deputados do PSOL e PT, foi criticada por aliados de Glauber como um julgamento político orquestrado por adversários, especialmente o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Braga acusou Lira de articular a cassação em retaliação às denúncias que fez contra o chamado “orçamento secreto”, um esquema de distribuição de emendas parlamentares que marcou a gestão de Lira.

Em resposta à decisão do Conselho, Glauber anunciou uma greve de fome, prometendo não se alimentar até a conclusão do processo, que ainda depende de recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e de votação no plenário, onde são necessários 257 votos para confirmar a cassação. Dormindo no chão da sala do Conselho de Ética, o deputado transformou seu protesto em um símbolo de resistência, atraindo apoio de figuras como a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), que, aos 90 anos, aderiu à greve de fome em solidariedade. A presença de parlamentares da esquerda, militantes sindicais e até do ator Marco Nanini, conhecido por papéis na TV, reforçou a mobilização, que ganhou as redes sociais com a hashtag #GlauberFica.

O protesto de Glauber expõe as tensões políticas no Brasil em 2025. De um lado, deputados bolsonaristas e do Centrão celebraram a decisão do Conselho, argumentando que a agressão física é inadmissível em um ambiente legislativo. Kim Kataguiri (União-SP), presente no incidente, defendeu a punição, alegando que Braga atacou primeiro e que tais condutas não podem ser toleradas. Por outro lado, a esquerda denuncia a cassação como uma perseguição política, apontando que casos semelhantes envolvendo deputados de direita, como agressões verbais ou ameaças, raramente resultam em punições tão severas. O PT, em nota oficial, classificou o processo como um “ataque à democracia” e expressou apoio à luta de Glauber e Erundina.

O impacto do caso vai além do destino do mandato de Glauber. A cassação, se confirmada, abriria precedente para punições mais duras a parlamentares, especialmente aqueles com posturas combativas. Dados históricos mostram que, desde 2000, apenas cinco deputados foram cassados no Brasil, todos por crimes graves como corrupção ou envolvimento em assassinatos, como o caso de Flordelis em 2021. Uma cassação por quebra de decoro, baseada em uma agressão isolada, seria um marco controverso, podendo intensificar a judicialização da política.

Enquanto isso, a saúde de Glauber é monitorada por médicos voluntários. Relatos indicam que, após dias de jejum, ele ingeriu apenas água e isotônicos, perdendo mais de dois quilos. Apesar da fragilidade física, o deputado mantém a determinação, recebendo visitas de aliados e do filho de três anos, que tem acompanhado o pai em momentos pontuais. Sâmia Bomfim (PSOL-SP), esposa de Glauber, descreveu o ato como “radical e dramático”, mas necessário frente ao que considera uma injustiça. A mobilização também inclui obstruções no plenário, com PSOL e PT atrasando votações para pressionar por uma revisão do caso.

O futuro do processo permanece incerto. Na CCJ, Glauber terá cinco dias para apresentar recurso, questionando possíveis irregularidades regimentais. Caso o recurso seja rejeitado, o plenário decidirá, em até 90 dias, o destino do mandato. Analistas políticos apontam que o clima polarizado na Câmara dificulta prever o resultado, mas o apoio crescente nas ruas e nas redes pode influenciar deputados indecisos. O Centrão, que detém peso decisivo, sinalizou que um pedido de desculpas de Glauber poderia suavizar a pena, mas o deputado rejeita qualquer recuo, afirmando que “não será derrotado por articulações políticas”.

O protesto de Glauber Braga não é apenas uma luta pessoal, mas um reflexo das divisões ideológicas que marcam o Brasil. Sua coragem em enfrentar a cassação com um ato extremo reacende o debate sobre liberdade de expressão, limites do decoro e o papel da esquerda no enfrentamento de estruturas de poder. Enquanto o desfecho não chega, o deputado segue firme, transformando a Câmara em palco de uma batalha política que ecoa por todo o país.