The China Mail - Agricultor peruano leva gigante da energia à Justiça alemã por degelo nos Andes

USD -
AED 3.672983
AFN 72.000016
ALL 86.650027
AMD 390.940256
ANG 1.80229
AOA 917.494877
ARS 1121.845706
AUD 1.554521
AWG 1.8
AZN 1.693234
BAM 1.720686
BBD 2.017877
BDT 121.428069
BGN 1.721096
BHD 0.372726
BIF 2930
BMD 1
BND 1.312071
BOB 6.906563
BRL 5.809252
BSD 0.999437
BTN 85.314611
BWP 13.77569
BYN 3.270808
BYR 19600
BZD 2.007496
CAD 1.381645
CDF 2876.999933
CHF 0.808745
CLF 0.02506
CLP 961.650057
CNY 7.303759
CNH 7.31082
COP 4277
CRC 502.269848
CUC 1
CUP 26.5
CVE 97.390528
CZK 21.6775
DJF 177.720265
DKK 6.47322
DOP 60.500912
DZD 131.144916
EGP 50.399702
ERN 15
ETB 133.023649
EUR 0.86684
FJD 2.28525
FKP 0.752396
GBP 0.746025
GEL 2.745008
GGP 0.752396
GHS 15.559716
GIP 0.752396
GMD 71.501565
GNF 8655.500959
GTQ 7.698128
GYD 209.656701
HKD 7.759125
HNL 25.850255
HRK 6.542701
HTG 130.419482
HUF 353.009748
IDR 16851
ILS 3.718675
IMP 0.752396
INR 85.12025
IQD 1310
IRR 42125.000155
ISK 125.789755
JEP 0.752396
JMD 157.965583
JOD 0.709301
JPY 140.195989
KES 129.850416
KGS 87.233497
KHR 4014.99997
KMF 433.502337
KPW 900
KRW 1422.685053
KWD 0.30664
KYD 0.832893
KZT 523.173564
LAK 21687.498074
LBP 89600.000254
LKR 298.915224
LRD 199.974981
LSL 18.856894
LTL 2.95274
LVL 0.60489
LYD 5.46983
MAD 9.275025
MDL 17.289555
MGA 4552.892736
MKD 53.55177
MMK 2099.693619
MNT 3567.319696
MOP 7.990393
MRU 39.435529
MUR 44.550244
MVR 15.39346
MWK 1735.999994
MXN 19.67059
MYR 4.380498
MZN 63.904971
NAD 18.856894
NGN 1605.590163
NIO 36.775056
NOK 10.341635
NPR 136.503202
NZD 1.662262
OMR 0.38501
PAB 0.999437
PEN 3.763025
PGK 4.133235
PHP 56.683504
PKR 280.59797
PLN 3.700944
PYG 7999.894426
QAR 3.640601
RON 4.312302
RSD 103.137317
RUB 81.031244
RWF 1415
SAR 3.752013
SBD 8.326764
SCR 14.23696
SDG 600.528417
SEK 9.507775
SGD 1.304435
SHP 0.785843
SLE 22.774981
SLL 20969.483762
SOS 571.498224
SRD 37.149782
STD 20697.981008
SVC 8.745073
SYP 13001.857571
SZL 18.81958
THB 33.127495
TJS 10.733754
TMT 3.5
TND 2.987995
TOP 2.342104
TRY 38.248965
TTD 6.781391
TWD 32.491801
TZS 2684.999977
UAH 41.417687
UGX 3663.55798
UYU 41.913007
UZS 12915.000042
VES 80.85863
VND 25905
VUV 120.966311
WST 2.777003
XAF 577.111964
XAG 0.03068
XAU 0.000288
XCD 2.70255
XDR 0.709959
XOF 574.999834
XPF 102.775029
YER 245.249914
ZAR 18.666745
ZMK 9001.193331
ZMW 28.458439
ZWL 321.999592
Agricultor peruano leva gigante da energia à Justiça alemã por degelo nos Andes
Agricultor peruano leva gigante da energia à Justiça alemã por degelo nos Andes / foto: © AFP

Agricultor peruano leva gigante da energia à Justiça alemã por degelo nos Andes

Um agricultor peruano começa, nesta segunda-feira (17), uma batalha judicial em um tribunal alemão para exigir que uma gigante de energia pague por sua responsabilidade na mudança climática, que está provocando o derretimento das geleiras nos Andes.

Tamanho do texto:

Saúl Luciano Lliuya, de 44 anos, argumenta que a empresa de eletricidade RWE, uma das maiores emissoras de dióxido de carbono do mundo, deveria dividir o custo para proteger sua cidade natal, Huaraz, de uma lagoa glacial que corre o risco de transbordar pelo degelo.

Segundo a ONG Germanwatch, que apoia o agricultor, sua casa está ameaçada pelo derretimento das geleiras andinas, que já fez o nível do lago Palcacocha subir "perigosamente em diversas ocasiões".

"As geleiras estão derretendo, estão desaparecendo aos poucos", disse Lliuya nesta segunda-feira, antes da audiência.

"Alguns lagos, como Palcacocha, representam um risco para mim e para mais de 50.000 pessoas que vivem na zona de risco", acrescentou.

A ação judicial busca que a RWE contribua com aproximadamente 17.000 euros (105 mil reais) para proteger o lago glacial peruano, localizado a uma altitude de 4.500 metros.

Seu argumento é que os combustíveis fósseis que a empresa usa para gerar eletricidade a tornam parcialmente responsável pelo risco de inundações causadas pelo derretimento das geleiras que cercam a lagoa Palcacocha, na cordilheira central.

Lliuya embasa sua afirmação em um estudo de 2014 que concluiu que a RWE foi responsável por 0,47% de todas as emissões globais de carbono desde o início da era industrial.

A RWE, que nunca operou no Peru, teria que pagar esse percentual do custo de 3,5 milhões de euros (21,84 milhões de reais) para baixar as águas do lago Palcacocha.

"O que estou pedindo é que a empresa cubra parte dos custos de construção de uma barragem para reduzir o risco" de transbordamento da lagoa, disse Lliuya em uma entrevista coletiva no início deste mês, antes de viajar para a Alemanha.

"Este caso é único. Tenho total confiança nesses processos", disse o agricultor, que mora em Huaraz, no noroeste do Peru.

Por mais confiante que Lliuya esteja nos procedimentos, elas avançam em um ritmo lento.

A ação judicial foi apresentada pela primeira vez em 2015, mas um tribunal na cidade de Essen, no oeste da Alemanha, onde a RWE está sediada, rejeitou a ação no ano seguinte.

Em 2017, um tribunal superior na cidade de Hamm admitiu um recurso e determinou a produção de provas.

Após um atraso devido à pandemia de covid, especialistas e juízes alemães visitaram a lagoa Palcacocha e as geleiras que contornam Huaraz em 2022 para avaliar os efeitos da mudança climática.

Foi assim que as audiências de Lliuya foram agendadas para esta semana em um tribunal alemão.

"Nunca imaginei que tudo isso levaria tanto tempo", disse Lliuya à Germanwatch.

- "Contribuição justa" -

A audiência examinará se a propriedade de Lliuya na região de Ancash, no norte do Peru, corre risco substancial de inundação. As provas coletadas por especialistas nomeados pelo tribunal que viajaram para a área em 2022 serão analisadas.

Se confirmado, uma audiência subsequente avaliará a questão da responsabilidade da RWE.

Fundada em 1898, as usinas de energia da RWE hoje usam uma variedade de fontes de energia, incluindo solar, eólica, gás e carvão.

"Já está na hora de empresas como a RWE contribuírem de forma justa para os custos dos danos que ajudaram a provocar", disse Francesca Mascha Klein, diretora jurídica da Germanwatch.

A RWE afirma que uma decisão judicial favorável a Lliuya estabeleceria um precedente para responsabilizar indivíduos, com base na legislação alemã, por ações com consequências ambientais fora do país.

"Acreditamos que isso é juridicamente inadmissível e a forma errada de abordar essa questão social e politicamente", disse um porta-voz.

Ao rejeitar o caso em 2015, o tribunal de Essen disse que era impossível estabelecer uma ligação entre emissões específicas e danos concretos.

Segundo a Zero Carbon Analytics, um grupo de pesquisa sem fins lucrativos, a audiência de Hamm pode ser o primeiro passo para anular a decisão original que indeferiu o caso, em um momento em que há 43 processos por danos climáticos em curso em todo o mundo.

Freshfields Bruckhaus Deringer, o escritório de advocacia que representa a RWE, diz que pode haver implicações significativas: "O valor em disputa pode ser inferior a 20 mil euros (124 mil reais). Mas o potencial para estabelecer um precedente está claro."

W.Tam--ThChM